Onze dias
depois de ver o namorando sendo levado por uma cabeça d'água, Jéssica Carmelo
Zafalon ainda pensa todos os dias em revê-lo bem. Mesmo tentando recuperar algo
similar a uma rotina, ela disse que a mente está sempre com Jacob Vilar
Santana, de 31 anos.
“[Estou]
tentando fazer alguma coisa até para tentar ocupar a minha cabeça, mas meu dia
se resume a pensar nas buscas lá no Vale [da lua]. Fico toda hora vendo se
alguém me manda alguma notícia”, disse.
Jacob sumiu
no dia 1º de dezembro, ao ser levado por uma cabeça d’água – mais conhecida por
tromba d´água – enquanto nadava no Vale da Lua, na Chapada dos Veadeiros, em
Alto Paraíso de Goiás. Jéssica estava com ele no momento do acidente e
conseguiu sair a tempo.
Ela disse
que tem procurado toda a ajuda possível. “A gente tem esperança sim. Estamos
com uma angústia grande pela quantidade de dias, mas temos muita fé”, garantiu.
Buscas
O Corpo de
Bombeiros está procurando Jacob desde o dia seguinte ao desaparecimento dele.
Estão empenhados 16 militares e, nesta quarta-feira (11), o trabalho recebeu o
reforço de dois cães de resgate. Também estão sendo usados helicópteros para
cobrir uma área maior.
A corporação
encontrou um colete salva-vidas que seria de Jacob. O tenente Paulo Santos
dissera que a equipe que procura pelo turista muda a estratégia de atuação
conforme a situação que o local exige. Ele havia dito ainda que o tempo chuvoso
torna o trabalho mais complicado, inclusive, por causar o mesmo fenômeno que
arrastou Jacob.
Inicialmente,
os bombeiros tinham delimitado um raio de 10 km para as buscas. Agora, esse
número passou para 15 km rio abaixo e margens.
Cabeça d'água
Segundo a
meteorologista Elizabete Alves Ferreira, chefe do Instituto Nacional de
Meteorologia (Inmet) em Goiás, o que aconteceu durante o passeio dos turistas é
um fenômeno chamado de cabeça d'água, conhecido, popularmente, como tromba
d'água, apesar de serem situações diferentes.
"A
tromba d'água, na meteorologia, é um tornado dentro da água, tanto doce como
salgada. A cabeça d'água é quando a chuva aumenta muito o nível do rio,
causando uma enxurrada que sai arrastando tudo. Popularmente, é a mesma
coisa", disse.
Riscos
Em outubro,
um grupo de turistas já havia ficado ilhado na região após uma forte chuva.
Todos foram resgatados sem ferimentos.
Já no final
de novembro, outro turista morreu após se separar de familiares enquanto fazia
uma trilha dentro do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros. O corpo dele foi
encontrado submerso.
Fonte: G1