A apuração
na Goinfra inclui um processo administrativo disciplinar contra o fiscal
responsável pelas medições que possibilitaram o pagamento de R$ 2,2 milhões
para o aeródromo de Mambaí, no nordeste goiano, o engenheiro e funcionário de
carreira da Goinfra Joerlindo Parreira. Ele se defende afirmando que não houve
medição de serviços não realizados e que a Castelo Construções recebeu aquém do
que deveria.
“Estão
fazendo uma tempestade em copo d’água. Houve a execução de mais ou menos 60% da
obra e ficou faltando 40% para terminar. Mas ficou tudo paralisa do por muito
tempo, vieram três chuvas e a obra foi se deteriorando”, afirma o fiscal.
Segundo
Parreira, a Castelo teria um crédito de R$ 100 milhões por serviços feitos e não
pagos.
A informação
de bastidores na Goinfra é de que a atual gestão está determinada a demitir o
funcionário nas próximas semanas com a conclusão do PAD. “Tenho 35 anos de
serviços na agência. Não fiz nada de errado”, rebate Joerlindo.
O
ex-presidente da Agetop Jayme Rincón, responsável pela contratação das obras de
Mambaí, diz que as investigações tiveram início em sua gestão e que, se forem
comprovadas irregularidades na atuação do fiscal, ele deve ser rigorosamente
penalizado.
“Nós
identificamos as suspeitas, abrimos sindicância, bloqueamos pagamentos e
iniciamos processo administrativo. O que estão encontrando agora é a
continuidade dos processos que abrimos”, afirma Jayme Rincón, ressaltando que
na gestão de Marconi Perillo foi baixado decreto estabelecendo que qualquer
inconsistência nas medições em obras é de responsabilidade do fiscal e do
diretor responsável.
A atual
gestão diz que processos anteriores haviam sido arquivados e que não continham
as mesmas suspeitas levantadas agora e que foi o ex-presidente Ênio Caiado que
determinou o reinício das investigações internas.
A reportagem
entrou em contato com o proprietário da Castelo Construções, Álvaro Otávio
Dantas Maia, mas ele não atendeu o celular e não deu retorno às mensagens.
Laudo
A equipe do
gabinete da promotora Leila Maria de Oliveira, da 50ª Promotoria de Justiça da
Comarca de Goiânia, disse que ela recebeu o laudo técnico da Goinfra na semana
passada e ainda está analisando providências a serem tomadas.
Leila
solicitou informações sobre procedimento já instaurado na Promotoria de
Alvorada do Norte, na região de Mambaí, para definir as providências. A reportagem
tentou obter detalhes sobre a apuração de lá, mas o promotor responsável está
de licença e não foram fornecidos detalhes.
Fonte: O
Popular