A Saneago
registrou no ano passado lucro líquido de R$ 315 milhões, segundo balanço
financeiro divulgado na terça-feira (10) aos investidores. O resultado é
superior em 186,92% ao obtido em 2018. Porém, grande parte do incremento
ocorreu por conta de fatores extraordinários, como o estorno de valores porque
houve uma revisão feita por estudo sobre a vida útil econômica dos principais
ativos imobilizados da companhia goiana (R$ 164 milhões).
Somado a
isso, foi contabilizado também um estorno fruto de uma nova política de
contabilização da Perda Estimada para Créditos de Liquidação Duvidosa (PCLD),
que se referem a valores para cobrir perdas na realização das contas a receber
de clientes. Se não fossem essas alterações nos cálculos, a estatal teria
registrado um saldo menor, sustentado por aumento na receita, tarifa e volume
faturado.
O lucro
antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em
inglês) foi de R$ 573,819 milhões, uma variação de 17,1%. Já sem considerar as
reversões, perdas e créditos contábeis a variação foi de 4,78% em relação ao
registrado no exercício de 2018. Sendo assim, como explica o economista Sandro
Belo, o saldo positivo se manteve em patamar semelhante, o que mantém estável a
avaliação da empresa – que pretende abrir parte do capital por meio da oferta
pública inicial de ações (IPO).
Por nota, a
companhia informou que o resultado é de extrema importância, pois fortalece e
possibilita “realização dos investimentos necessários para a universalização do
sistema, levando os serviços de água e esgoto a mais pessoas”. A expansão da
base de clientes com um aumento na população atendida pelos serviços de água
(1,47%) e de esgoto (6,11%) auxiliou no equilíbrio em 2019.
Outro
destaque para o faturamento líquido de R$ 2,235 bilhões foi a elevação do
volume faturado de esgoto, bem como o reajuste tarifário de 5,79% aplicado nas
contas dos consumidores a partir de 1º de julho do ano passado.
Investimento
Apesar de
aumentar o lucro, a Saneago reduziu em 30,91% os investimentos. Ao mesmo tempo,
as metas para universalização dos serviços foram ainda mais esticadas. No caso
de Goiânia, por exemplo, de até 2022 o tempo limite foi para 2031. Na nota
encaminhada à imprensa, a empresa diz que “realizou a execução de investimentos
já contratados em anos anteriores”, o que somou os R$ 182,1 milhões registrados
em 2019.
Afirma ainda
que promoveu abertura de novos processos licitatórios que “garantirão a
expansão dos investimentos e das operações nos próximos anos”. Controle de
custos e de despesas teria culminado na redução de R$32,8 milhões nos gastos
totais. O resultado positivo, segundo a empresa, consolida ações de gestão e
governança realizadas e estabelece “liquidez necessária para sustentar a forte
retomada dos investimentos”.
Por outro
lado, houve aumento nos gastos administrativos (18,47%). No balanço financeiro,
entre as razões pontuadas está o Plano de Demissão Voluntária (PDV), que levou
ao desligamento de 139 colaboradores. O custo foi de aproximadamente R$ 35,3
milhões. Houve também reajuste salarial de 4,78% e acordo trabalhista realizado
junto ao Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas no Estado de Goiás
(Stiueg) (R$ 10 milhões).
Fonte: O
Popular