O governo
estadual trabalha para aprimorar um estudo de todas as atividades econômicas
que existem em Goiás e as recomendações para que eventual retorno ocorra com
segurança e sem aumento da contaminação por coronavírus.
As
informações serão cruzadas com a condição da doença em Goiás e o resultado do
levantamento dará ao governo a estratégia de retorno das atividades. O objetivo
é começar a flexibilizar as regras de funcionamento do comércio e da indústria
a partir do dia 19 de abril.
A reportagem
apurou que para o estudo em andamento são consideradas as sugestões
apresentadas pelo setor produtivo, que insiste no diálogo com o governo
estadual desde o início do período de quarentena e mostra grande expectativa
para o fim dela, mesmo que gradativo. A construção civil e mineração devem ser
os primeiros setores a sair do isolamento.
Outras
atividades que não causam aglomeração de pessoas também devem ser liberadas. No
entanto, não existe previsão para a volta, em Goiás, das atividades que reúnem
grande número de pessoas no mesmo lugar.
O governador
Ronaldo Caiado (DEM) tem falado nos últimos dias sobre esta possibilidade. Em
entrevista ao programa Roda Viva, da TV Cultura, na segunda-feira (6), Caiado
mencionou que na região Sul do Estado poderia haver alguma liberação antes do
fim do decreto em vigor.
Na
terça-feira (7), em transmissão ao vivo feita nas redes sociais, o governador
voltou a citar a flexibilização das regras, afirmando que estruturar a Saúde no
Estado é fundamental para que isso ocorra. Os dados de contaminação por coronavírus
terão o maior peso nas decisões.
Caiado
voltou a falar sobre o assunto ontem, também por meio de redes sociais,
afirmando que o cenário será amplamente discutido até o fim da próxima semana.
“Dá para
projetar as regras e exigências para liberarmos aqueles que precisam recomeçar
suas atividades a partir do dia 19. É uma possibilidade. Vamos fazer isso com
cautela, muitas regras e com protocolo rígido, o que nos dará confiança do que
estamos liberando e a garantia de que as pessoas cumprirão os protocolos”,
analisou Caiado.
O aumento na
quantidade de leitos disponíveis é o principal motivo para o otimismo.
O retorno
ordenado das atividades deve ser organizado pelas Secretarias de Indústria,
Comércio e Serviços e de Desenvolvimento Social. Todas as propostas serão
validadas pela Secretaria de Saúde de Goiás. No entanto, a possibilidade de
afrouxar as regras e, em seguida, voltar às normas mais duras existe.
“Precisamos saber como as pessoas vão se comportar, se vão respeitar as regras
de afastamento”, diz um auxiliar do governo.
Mudanças
As feiras de
hortifrutigranjeiros, por exemplo, estão autorizadas a funcionar desde
segunda-feira (6), mas com uma série de regras, como a distância de, no mínimo,
um metro e meio entre as barracas e sentido único para a circulação de pessoas.
A maior parte das feiras não seguiu as novas normas. Os feirantes alegaram
falta de informação e hábitos de clientes, mas o Estado já alertou as entidades
que representam a categoria para que as regras sejam seguidas, sob risco de a
atividade ser proibida novamente.
O comércio
goiano funciona com restrições desde o dia 19 de março, quando começaram a
valer os efeitos de decreto publicado pelo governo estadual no dia 17,
proibindo de funcionar os estabelecimentos que não comercializam produtos
essenciais à vida. Continuaram abertos normalmente supermercados e farmácias.
Cerca de 75% da indústria parou em seguida, após decreto do dia 20 de março.
Páscoa
Portaria da
Secretário da Segurança Pública do Estado de Goiás ontem permitiu a
comercialização de produtos destinados à Páscoa entre hoje e domingo (12) por
drive thru. É responsabilidade do lojista destinar o local específico para a
entrega dos produtos. O pagamento da venda deve ocorrer, preferencialmente, por
meio eletrônico. Em nenhum caso a entrega ou venda do produto poderá ocorrer
fora do veículo. É proibida também a abertura dos estabelecimentos comerciais,
ainda que por meia porta. A venda por delivery pode ocorrer normalmente. Um dos
artigos do decreto que determina o fechamento do comércio também autoriza a
edição de atos complementares pelos secretários de Estado da Saúde e da
Segurança Pública. A Polícia Militar é um dos órgãos responsáveis pela
fiscalização do cumprimento das regras por parte do comércio.
Fonte: O Popular