Em meio à
pandemia do novo coronavírus, ressurge no Brasil outra preocupação: a dengue.
Desde o começo do ano, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde, Goiás já
registrou 13.936 casos, com 21 mortes em investigação. E é justamente agora,
entre os meses de março e abril, que ocorre o pico da doença.
O momento
requer cuidado redobrado. Por isso, o Governo de Goiás convoca a população para
ser protagonista no combate ao Aedes aegypti, agente transmissor da dengue,
chikungunya e zika.
Mesmo em
face das inúmeras diferenças de contaminação, sintomas e tratamento, a dengue e
a Covid-19 possuem semelhanças. A mais alarmante é que não existe vacina para
evitá-las, por isso a importância de medidas de proteção. No caso da Covid-19,
o distanciamento social impede que uma pessoa transmita a enfermidade para
outra. Nesse sentido, a dengue não é contagiosa, mas pode ser evitada a partir
da eliminação de possíveis criadouros do mosquito.
Coordenador
de vigilância e controle ambiental de vetores da Secretaria de Estado da Saúde
(SES-GO), Marcello Rosa aponta que o período de quarentena em virtude do novo
coronavírus é o momento ideal para também se prevenir da dengue. “Geralmente as
pessoas diziam que não cuidavam do próprio imóvel por falta de tempo. Agora,
considerando a quarentena, esse argumento cai por terra. É hora de agir e
cuidar de casa, fazendo dela um ambiente seguro”, alerta.
Eliminar
criadouros da dengue requer pouco tempo. Em apenas alguns minutos é possível
acabar com os cantinhos favoritos do Aedes aegypti, que são aqueles onde há
água parada. A dica da SES-GO é começar dentro de casa, verificando o
recipiente de degelo da geladeira, que pode acumular água; vedando ralos e
vasos sanitários de banheiros que não estão em uso; e lavando diariamente, com
água sabão, os bebedouros dos animais de estimação.
No quintal,
os cuidados envolvem verificar se a caixa d'água, fossas e cisternas estão
totalmente vedadas; eliminar objetos que possam acumular água, como pratinhos
de planta (neste caso, o ideal é cobrir de areia); manter as calhas limpas e,
portanto, desobstruídas; e descartar o lixo para coleta da prefeitura, evitando
aglomeração em casa ou em lotes baldios.
Outra
semelhança entre a Covid-19 e a dengue é a eventual necessidade de assistência
médica, com internações nos casos mais graves. Atualmente, o Governo de Goiás
realiza uma série de ações preventivas com objetivo de garantir mais espaço nos
hospitais para atendimento de pacientes diagnosticados com o novo coronavírus.
É por isso, inclusive, que houve a antecipação da campanha de vacinação contra
a influenza, outra doença bastante comum nesse período do ano.
“Há a
possibilidade de coincidir o pico da dengue, da influenza e da Covid-19. Como
parte desses pacientes precisa de hospitalização, isso reforça a importância de
lutar contra a dengue. Combater o Aedes aegypti é um fator de proteção,
considerando que vamos precisar de leitos hospitalares vazios”, explica
Marcello. A pandemia do novo coronavírus já atingiu mais de 5,7 mil pessoas no
Brasil e matou 201 até esta terça-feira (31/3), segundo o Ministério da Saúde.
Em Goiás, são 65 casos confirmados e um óbito. Pelas estatísticas, a SES prevê
que o pico da pandemia no Estado deva ocorrer no fim do mês de abril.
Visitas
domiciliares
Analisando
os dados como um todo, Goiás verificou redução de 36% dos casos de dengue entre
janeiro e março deste ano, se comparado ao mesmo período de 2019. Apesar disso,
a superintendente de Vigilância em Saúde, Flúvia Amorim, chama a atenção para
algumas cidades consideradas de “alto risco” devido ao número de registro da
doença. “Alguns desses municípios se concentram na região do Entorno do
Distrito Federal e outros na região Sul e Sudoeste do Estado”, diz.
Mesmo em
face das orientações de distanciamento social para evitar o novo coronavírus,
os agentes de saúde continuarão fazendo as visitas domiciliares em Goiás com
foco na dengue, especialmente nas regiões mais afetadas pela doença. A decisão
foi tomada após reunião entre a SES-GO e o Conselho de Secretários Municipais
(Cosems-GO). Essa atuação direta na comunidade é determinante para o combate à
doença e, portanto, essencial para proteger e preservar vidas.
Entre 12 e
13 mil agentes comunitários de saúde e agentes de combate a endemias atuam
visitando domicílios em Goiás. Os trabalhos continuam, mas com algumas
recomendações que visam proteger o profissional da saúde e os moradores. “As
visitas serão menos invasivas, com orientações verbais mantendo a distância
recomendada. Em alguns casos, se for preciso, o agente poderá entrar no quintal
da casa, para auxiliar em algum procedimento”, explica Marcello.
Para
garantir a segurança e evitar possíveis golpes, moradores podem identificar um
agente de saúde a partir de seu uniforme, crachá de identificação ou
solicitando o número de matrícula. Em caso de dúvidas, a orientação é que entre
em contato com a Prefeitura de seu município para confirmar o cadastro junto à
Saúde. As visitas geralmente ocorrem de segunda a sexta-feira, das 7 às 17
horas.
Secretaria de Comunicação – Governo de Goiás