A Celg
Geração e Transmissão (Celg GT) está em primeiro lugar no cronograma de
privatizações previstas pelo governo de Ronaldo Caiado (DEM). O que deve
ocorrer ainda neste primeiro semestre. Desde 2019, já é possível realizar a
oferta da companhia e de mais três ativos, bem como a oferta pública inicial
(IPO) de ações da Saneago, pois já foram aprovados pela Assembleia Legislativa.
Controlada
pelo governo estadual, a Celg Participações convocou assembleia de acionistas
para discutir a venda da totalidade das ações da elétrica Celg GT. Ela possui
ativos de geração, como Hidrelétricas de Rochedo e São Domingos, e transmissão
de energia – tem participação em quatro empresas – e está avaliada em R$ 1,5
bilhão. A reunião ocorrerá nesta semana, na próxima quinta-feira (11), para dar
sequência à desestatização.
A
privatização da companhia juntamente com Metrobus, Indústrias Químicas do
Estado de Goiás (Iquego), Agência Goiana de Gás Canalizado (Goias Gás) e Goiás
Telecomunicações (GoiasTelecom) tinha a estimativa inicial de arrecadar R$ 1,5
bilhão. Cálculo realizado pela FGV Projetos em 2017 com valores corrigidos em
2019. Valor que agora é esperado apenas para esse primeiro ativo goiano.
As
discussões sobre como se dará o processo de cada oferta são lideradas pela
Secretaria de Economia. Por nota, a pasta informou que tanto as privatizações
como IPO estão em desenvolvimento. “Essa é uma agenda que a gente traça antes
do RRF (Regime de Recuperação Fiscal) para dar eficiência ao setor público e
melhor servir o contribuinte. Essa é minha agenda e meus valores na
Secretaria”, afirmou a secretária da Economia, Cristiane Schmidt, em entrevista.
Defensora de
um Estado mais enxuto, ela explica que as ofertas à iniciativa privada não
foram paralisadas pelo processo de tentativa de ingresso no RRF ou por conta da
pandemia do novo coronavírus, apesar de não negar que este último fator pode
ter influenciado decisões internas. “Não depende do RRF, são coisas
independentes”, garante ao lembrar, ao mesmo tempo, que esse processo traz
exigências. Isso porque o valor arrecadado deve ser utilizado como garantia.
De acordo
com Cristiane, essa é uma estratégia que se une com o que já foi realizado,
como a reforma da previdência e do estatuto dos servidores e movimento de
atração de investimentos com maior facilidade de licenciamento ambiental. “Fora
tudo isso, tem agenda que é mais orçamentária para abrir margem fiscal, agenda
de arrumar fontes corretas e todo um saneamento nas contas. A dívida externa
nós pagamos grande parte, sobrou pedacinho que vamos pagar em breve.”
Saneago
Assim, a
estratégia agora é redução do Estado. A secretária estima que a privatização da
Celg GT possa ocorrer ainda no primeiro trimestre e IPO da Saneago no segundo
semestre do ano. Há pendências jurídicas e algumas questões que ainda
dificultam acelerar o processo de venda dos outros ativos. Porém, garante que
está tudo dentro do “cronograma traçado”. “Mas defende que é preciso respeitar
questões de mercado para saber o melhor momento e maximizar o valor das
empresas.
Outro
movimento estadual é a venda de imóveis. No ano passado, 39 imóveis do Estados
foram a leilão, cinco foram arrematados (R$ 1,3 milhão). Este ano, uma venda
foi feita (R$ 540 mil) e está prevista oferta de 33 áreas, com estimativa de
arrecadação de R$ 64 milhões caso sejam todos arrematados.
Fonte: O
Popular