O doutorando
Eder Dasdoriano Porfírio Junior, orientado pela Dra Helida Ferreira da Cunha,
ambos, do Programa de Pós-Graduação em Recursos Naturais do Cerrado da
Universidade Estadual de Goiás (Renac | UEG), desenvolveram o projeto
“Incêndios florestais sob a perspectiva socioambiental: como outras abordagens
podem mudar a prevenção de grandes eventos”, no Território Quilombola Kalunga,
no Nordeste Goiano. A ideia é que haja a maximização das ferramentas para ações
de prevenção de incêndios.
O projeto
teve início em 2017, sendo executado em campo nos anos de 2018 e 2019, em duas
abordagens principais: a primeira foi através de entrevistas aplicadas pelo
Prevfogo-GO com membros da Comunidade Kalunga, como parte do planejamento anual
de prevenção de incêndios florestais; a segunda abordagem foi executada por
meio de perícias técnicas em incêndios que ocorreram entre os anos de 2015 e
2018. Eder diz que o trabalho foi realizado, em um primeiro momento, dentro do
Plano Operacional de 2018 do Prevfogo.
O doutorando explica que a etapa de coleta de dados em campo teve fim em fevereiro de 2019, com determinações de zonas de risco prioritárias para atividades de prevenção de incêndios. “Esperamos que os dados sejam aplicados de forma efetiva nas ações a partir deste ano de 2021, momento em que teremos a validação dos resultados”, destaca Eder.
Os eventos
de incêndios florestais de grandes proporções e o aumento do número absoluto de
focos em todo o Brasil foram os motivos que levaram o professor a realizar a
pesquisa. “O tema é de suma importância para o Cerrado, uma vez que os
incêndios florestais são conhecidamente indicadores de alteração do uso do
solo, seja de vegetação nativa para uso agropastoril ou de ilícitos
ambientais”, ressalta. Eder diz que, num contexto social, cultural e histórico,
o trabalho propôs determinar fatores relacionados aos incêndios e compreender
como essas relações são estabelecidas.
Resultados
O
pesquisador explica que o trabalho teve como resultados principais:
determinação de principais fatores e aspectos relativos à assimilação do tema
incêndios florestais no contexto da Comunidade Quilombola Kalunga;
implementação do mapa de zonas de risco com base em fatores socioambientais,
capaz de determinar áreas e fatores prioritários para ações de prevenção de
incêndios florestais; e fundamentação das lacunas legais sobre o tema.
O trabalho,
segundo Eder, evidenciou a necessidade de mudança na abordagem do Estado junto
à Comunidade Kalunga na temática dos incêndios florestais, passando a ter uma
posição mais presente e ativa a partir da demanda e mobilização da comunidade
local.
“Os dados
gerados promoverão entre outros impactos a maximização de ações preventivas, o
embasamento científico sobre a importância das atividades das brigadas de
incêndios e a determinação de planos de ação mais efetivos e que reduzirão os
eventos futuros”, explica o pesquisador.
Fonte:
UEG-GO