Cientistas
brasileiros comprovaram que é possível que pessoas estejam infectadas
simultaneamente com duas linhas diferentes do novo coronavírus. Foi a primeira
vez que especialistas atestaram a possibilidade de coinfecção pelo Sars-CoV-2.
A versão
final do estudo foi publicada na revista científica Vírus Research em 22 de
fevereiro.
Os
pesquisadores fizeram o sequenciamento genético dos vírus presentes em 92
pessoas. Em duas mulheres na faixa de 30 anos foram encontradas duas linhagens
diferentes de forma simultânea.
Em um dos
casos, as duas variantes já circulavam no Brasil desde o início da pandemia. No
outro, além de uma cepa mais antiga do vírus, foi detectada a variante P2,
identificada pela primeira vez no Rio de Janeiro.
As duas mulheres
não desenvolveram formas graves da doença. Com sintomas leves, não chegaram a
ser internadas.
De acordo
com a pesquisa, a preocupação com a coinfecção não se deve ao agravamento da
doença, mas à possibilidade de recombinação do genoma das diferentes linhagens,
o que pode gerar novas variantes do coronavírus.
“Embora
existam alguns casos relatados de reinfecção, a possibilidade de coinfecção
adiciona um novo fator à complexa interação entre os sistemas de resposta
imunológica e as mutações do Sars-CoV-2”, afirma o estudo.
Os
cientistas alertam que “esforços contínuos para determinar a frequência de
coinfecções e vigilância de eventos de recombinação em amostras clínicas devem
ser considerados cruciais”.
Com novas
variantes em circulação, o Brasil registrou 1.910 mortes por Covid-19 nas
últimas 24 horas, de acordo com dados do SUS Analítico atualizados nessa
quarta-feira (3). É a segunda máxima consecutiva de vítimas registradas em
apenas 1 dia. No dia anterior, foram notificadas 1.641 mortes.
De acordo
com o monitor do Worldometer, o Brasil foi o país com mais mortes por Covid-19
confirmadas nessa quarta-feira (3). O painel também indica que apenas os
Estados Unidos têm mais vítimas que o Brasil: 531.286.
Fonte:
Poder 360